quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Aquisições & Doações - Novembro/2016

CADEIRA DE BALANÇO

Este livro tem cheiro de muitos temperos e de pamonha feita em casa. Daquela casa da Ilha de São Luís do Maranhão, onde Maria nasceu e foi o palco de sua infância e adolescência. Um a um, entram em cena os personagens principais: Diquinha, Monteiro e os quatorze filhos que souberam moldar, com disciplina e liberdade, à sua imagem e semelhança. "Cadeira de balanço" é um título que tudo revela: o móvel predileto de Diquinha, colocado numa posição onde a mãe controla e acalenta cada detalhe da educação dos filhos, do trabalho das empregadas domésticas, da valorização do marido que tanto ama, dos vazios das despedidas, mantendo o ritmo tranquilo e firme de setenta anos de vida em comum.




 AS VIAGENS DE HELENA

A narrativa resgata nossas fantasias e os fantasmas mais ocultos. Juntar as duas paixões, escrever e viajar, resultou em um livro solo, com vários contos: "As Viagens de Helena". Viagens reais a lugares exóticos e viagens ao mundo interior da personagem que criei: recordações da infância, da adolescência, dos antepassados. Como criador e criatura estão intimamente relacionados, Helena tem muito de mim e eu um pouco de Helena. Sendo assim, os contos são um recorrido das lembranças mais secretas. No jogo narrativo se mesclam fantasia e realidade, literatura e vida. As recordações não são sempre o que parecem. Como diz Kucinski : "Tudo aqui é invenção, mas quase tudo aconteceu".  








POESIA & DECLAMAÇÃO

É verdade, a poesia vive dentro de nós. Mas pode viver sufocada, prisioneira da nossa ânsia de ganhar o pão do dia seguinte. Assim, o maior presente que ganhei ao ministrar esta Oficina, foi partilhar da alegria dos encontros semanais, testemunhar o nascimento de alguns poetas e o renascimento de outros, acalentar, um a um, os muitos poemas recém nascidos, ver o fogo brilhando em cada olhar. 











 PALAVRAS, IMAGENS, FRASES

Recomendo ao leitor que devore este livro, imediatamente. Devore, converse com cada um dos seus contos, toque neles e sinta o perfume, mas não deixe de degustar, como um vinho raro, o seu bouquet. Popular na generosa ideologia, talvez por isso mesmo o autor seja culto e sofisticado em seu modo de escrever. Muito do que conta, o faz nas entrelinhas, confiando na cultura e inteligência do leitor. Mensagem cifrada, algumas vezes, mas sempre humana e real. Imagino Bolívar com este livro debaixo do braço e tenho que sorrir. É como um vendedor de flores que traz para o mercado uma rosa rara que ele próprio plantou. E fica em dúvida, embora viva do trabalho, se não será melhor guardá-la para sua mais íntima emoção.








7x1: CONTOS DE DOR E ALEGRIA


Com o objetivo de unir literatura e futebol no cenário gaúcho e mundial, propus uma exposição de textos, em forma de contos, sobre o futebol ou fatos inusitados dos países que participaram da Copa do Mundo 2014. 












 E SE NÃO FOR AMOR
 
Este livro trata-se de uma novela de costumes, onde os personagens, muito além das peripécias do "ménage à trois", da paixão ou de sua terrível ausência, revelam a maneira de viver de toda uma época. Assim, Duda, a personagem principal deste livro, é irmã de Capitu. Tem os mesmos "olhos de ressaca", com a vantagem de poder revelar ao leitos, sem os subterfúgios do século XIX, todas as suas atitudes e sentimentos.









 NOS CAMINHOS DE SANTO CRISTO

Em contagem regressiva para o Bicentenário, a Imigração Alemã ganha um livro de grande valor histórico e sentimental. O escritor Eloi Wilges, sem nunca desviar-se da história de sua terra, consegue reviver a saga dos pioneiros que atravessaram o Atlântico em busca de uma nova querência. A cidade de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul, é o palco por onde desfilam todos os personagens deste livro. Seu autor, que teve de deixá-la na juventude, para seguir carreira na Caixa Econômica Federal, nos leva de volta para conhecermos ao vivo o que teve e tem de melhor: seu próprio povo. Desde as façanhas do desbravamento, até o modo de viver nos dias atuais, tudo é narrado, em cada conto, com talento, veracidade e bom humor.






ESTÓRIAS DE BOTECO

Um livro que faltava em Porto Alegre: Tudo começou no boteco Fun Fun, em Montevidéu. Nosso grupo de escritores foi barrado na porta. Inconformados, pedimos ajuda ao Valmor, grande conhecedor desses ambientes pelo mundo afora. Ele foi lá e conseguiu o milagre. Entramos, antes da hora, num local que logo transbordava com turistas de diferentes idiomas, todos com reservas feitas há muito tempo. No meio da algazarra, bebendo uvita e vino tinto, perguntamos a ele: A exemplo do Mario Delgado Aparaín, com seus "Boliches Montevideanos", por que não escreves um livro sobre os botecos de Porto Alegre? Pois o livro aqui está, em papel e tinta: "Estórias de boteco et alii". Isto porque, esgotado seu estoque bolicheiro, ele completou com outros causos dignos de serem conhecidos pelo leitor.





 FEMININO, PLURAL

Neste livro, Neiva Santos Silva diz da perplexidade e da angústia do viver. Mostra aspectos da condição da mulher: impasses, contradições, lutas e esperanças, sem a pretensão de representar todo o universo feminino. São ocorrências estilísticas, pequenos trechos, tão delicados que provocam emoção. De um detalhe potencialmente iluminador se desenvolve um conjunto expressivo. 







COLLORÍSSIMO

A crônica, gênero híbrido, que transita entre a linguagem jornalística e a literária, provoca o leitor a olhar de perto o cotidiano, a tentar compreendê-lo e a recriá-lo. Uma das características mais importantes do gênero é a vivacidade, o comentário no calor da hora, daí também sua alegada fragilidade como literatura. Isso, entretanto, vem deixando de ser relevante na contemporaneidade, quando a certeza e a duração tornam-se critérios de valor tão relativos. É o que permite que o gênero fortaleça seu status, que se transforme em objeto de estudos literários, como a dissertação de mestrado de Breno Serafini, agora apresentada em forma de livro. Com recursos colhidos na academia a respeito do humor e do riso, a argúcia de leitor atento e favorecido por uma significativa seleção de crônicas de Luiz Fernando Verissimo que é objeto de estudo, Breno retoma o gênero, problematiza a sua relação com a literatura e a história e nos oportuniza uma potente reflexão a respeito do Brasil da era Collor, entre 1990 e 1992. Por fim, como quem verifica e confirma seus acertos, o livro nos brinda com uma breve atualização e examina crônicas que tratam do atual golpe à presidenta Dilma Rousseff sob o olhar de Verissimo. Aí também o papel do gênero e do autor se confirma: ser arauto dos tempos, como o menino do conto que, durante o desfile do rei, é o primeiro a gritar a plenos pulmões que o rei está nu. 




 FARMÁCIA LITERÁRIA

Lido no momento certo, um livro pode mudar sua vida. "Farmácia literária" é um tributo a esse poder. Para criar esta obra, as autoras viajaram por dois mil anos selecionando livros que promovem felicidade, inspiração e sanidade, escritos por mentes brilhantes que nos mostram o que é ser humano e nos permitem identificação ou até mesmo catarse. Estruturado como uma obra de referência, em "Farmácia Literária" os leitores podem simplesmente procurar por sua "doença", seja ela agorafobia, tédio ou crise da meia-idade, e encontrarão um romance como antídoto. Brilhante e encantador, "Farmácia literária" pertence tanto à estante de livros quanto ao armário de remédios. Esta obra vai fazer com que até mesmo o leitor mais aficionado descubra um livro do qual nunca ouviu falar e enxergue com outros olhos aqueles mais familiares.







A COSTUREIRA DE DACHAU

Passado entre o glamour de Paris e o desespero dos campos de concentração, "A Costureira de Dachau", conta a história de uma mulher traída e abandonada, que precisa sobreviver sozinha em meio às tragédias da maior guerra que o mundo já enfrentou. Suas razões podem parecer suspeitas, e não há certeza de sua inocência… Quando Ada por fim acredita estar em sua busca por redenção, o passado bate à sua porta. Forçada a enfrentar seus fantasmas e os segredos de sua vida que tanto buscara superar, ela será obrigada a decidir entre a verdade e a sobrevivência. Cada pessoa passa por uma guerra pessoal. Qual seria a de Ada Vaughan?







 A LIVRARIA DOS FINAIS FELIZES

Sara tem 28 anos e nunca saiu da Suécia — a não ser através dos (vários) livros que lê. Quando sua amiga Amy, uma senhora com quem troca livros pelo correio há anos, a convida para visitá-la na cidade de Broken Wheel, Iowa, Sara decide se aventurar. Mas ao chegar lá, descobre que Amy faleceu. Sara se vê desacompanhada na casa da amiga, em uma cidade muito pequena, e começa a pensar que talvez esse não seja o tipo de férias que havia planejado. Com o tempo, Sara descobre que não está sozinha. Nessa cidade isolada e antiga, estão todas as pessoas que ela conheceu através das cartas da amiga: o pobre George, a destemida Grace, a certinha Caroline e Tom, o amado sobrinho de Amy. Logo Sara percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de alguma aventura, um pouquinho de autoajuda e talvez uma pitada de romance. Resumindo: a cidade precisa de uma livraria.  






POR QUE FAZEMOS O QUE FAZEMOS?

Bateu aquela preguiça de ir para o escritório na segunda-feira? A falta de tempo virou uma constante? A rotina está tirando o prazer no dia a dia? Anda em dúvida sobre qual é o real objetivo de sua vida? O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella desvenda em Por que fazemos o que fazemos? as principais preocupações com relação ao trabalho. Dividido em vinte capítulos, ele aborda questões como a importância de ter uma vida com propósito, a motivação em tempos difíceis, os valores e a lealdade – a si e ao seu emprego. O livro é um verdadeiro manual para todo mundo que tem uma carreira mas vive se questionando sobre o presente e o futuro. Recheado de ensinamentos como "paciência na turbulência, sabedoria na travessia", é uma obra fundamental para quem sonha com realização profissional sem abrir mão da vida pessoal.







 HISTÓRIA DE QUEM FOGE E DE QUEM FICA

No terceiro volume da série Napolitana, Lenu e Lila partem para os embates da vida adulta. Numa sequência angustiante e sem espaço para a inocência de outrora, Elena Ferrante coloca o leitor no meio do turbilhão que se forma das amizades, das relações sociais e dos interesses individuais. "História de quem foge e de quem fica" é uma obra de arte a respeito do amor, da maternidade, da busca por justiça social e de como é transgressor ser mulher em um mundo comandado pelos homens.  










TUDO QUE DEIXAMOS PARA TRÁS

Em 1852, William é um deprimido biólogo inglês, que deseja criar um novo tipo de colmeia capaz de trazer reconhecimento para sua família. Em 2007, George é um apicultor americano que luta para manter o negócio produtivo e acredita que seu filho pode ser a salvação de sua fazenda. Em uma China futurista, quando todas as abelhas desapareceram, Tao trabalha com polinização manual. Enquanto passa seus dias pendurada em árvores, deseja para seu filho uma educação e vida melhores do que a sua. Mais do que uma distopia sobre o desaparecimento das abelhas, em que passado, presente e futuro se encontram, "Tudo que deixamos para trás" é uma poderosa história sobre o relacionamento entre pais e filhos e o sacrifício que fazemos por nossas famílias. 









 ENCLAUSURADO

O narrador deste livro é nada menos do que um feto. "Enclausurado" na barriga da mãe, ele escuta os planos da progenitora para, em conluio com seu amante — que é também tio do bebê —, assassinar o marido. Apesar do eco evidente nas tragédias de Shakespeare, este livro de McEwan é uma joia do humor e da narrativa fantástica. Em sua aparente simplicidade, "Enclausurado" é uma amostra sintética e divertida do impressionante domínio narrativo de McEwan, um dos maiores escritores da atualidade. 









TODOS QUEREM SER MUJICA

Seleção de textos escritos pelo autor entre 2014 e 2016, a maioria publicados no jornal Zero Hora. Os temas das crônicas combinam a versatilidade do gênero com o ecletismo do autor, abordando a cena latino-americana, comportamento, análise política e um clássico das letras - o memorialismo. 










 A QUÍMICA

Uma ex-agente especial fugindo de seus antigos empregadores precisa aceitar um novo caso para limpar seu nome e salvar a própria vida. Ela trabalhava para o governo americano, mas poucas pessoas sabiam disso. Especialista em seu campo de atuação, era um dos segredos mais bem guardados de uma agência tão clandestina que nem sequer tinha nome. E quando perceberam que ela poderia ser um problema, passam a persegui-la. A única pessoa em quem ela confiava foi assassinada. Ela sabe demais, e eles a querem morta. Agora ela raramente fica em um mesmo lugar ou usa o mesmo nome por muito tempo. Até que um antigo mentor lhe oferece uma saída — uma oportunidade de deixar de ser o alvo da vez. Será preciso aceitar um último trabalho, e a única informação que ela recebe a esse respeito só torna sua situação ainda mais perigosa. Ela decide enfrentar a ameaça e se prepara para a pior batalha de sua vida, mas uma paixão inesperada parece diminuir ainda mais suas chances de sobreviver. Enquanto vê suas escolhas se evaporarem rapidamente, ela vai usar seus talentos como nunca imaginou. Uma trama repleta de tensão, na qual a autora cria uma heroína poderosa e fascinante, com habilidades diferentes de todas as outras, e prova mais uma vez por que seus livros estão entre os mais vendidos do mundo.  





SEM GENTILEZA

Em meio ao apartheid, nos guetos da África do Sul, mãe e filha precisam sobreviver em um ambiente marcado pela pobreza e pelo medo da aids. Este livro traz uma história de superação de cruéis adversidades, mas também conta a trajetória de libertação pessoal de uma mulher orgulhosa e de uma menina que se torna adulta cedo demais. Diante de uma sociedade machista que tenta anular suas existências, Zola e Mvelo lutam para que suas vozes sejam ouvidas. 








 SOPAPO POÉTICO: PRETESSÊNCIA

O livro "Pretessência" apresenta algumas das inúmeras vozes negras gaúchas que fomentam literatura. De nomes consagrados a talentos emergentes, mais velhos ou mais jovens, as variadas trajetórias presentes nesta antologia apontam que não há limites para a poesia!
















FLOR DA PELE

Estamos no início do século XIX, e a varíola, também conhecida como “flor negra” pelas marcas que deixa na pele daqueles que são infectados, é a doença mais temida do mundo. Não há rico ou pobre, criança ou velho, que esteja a salvo. Ao menos até pesquisadores começarem a testar um método ousado, porém eficaz, que consiste em provocar infecções atenuadas em pessoas saudáveis, tornando seus organismos resistentes ao mal. É nesse momento que uma jovem mãe solteira, Isabel Zendal, torna-se a primeira enfermeira da história numa missão internacional. Acompanhada por vinte e duas crianças com idades entre três e nove anos, ela parte rumo aos territórios espanhóis no além-mar para levar a recém-descoberta vacina da varíola à populações pobres. A expedição é liderada pelo médico Francisco Xavier Balmis e por seu ajudante, Josep Salvany, que enfrentarão a oposição do clero e a corrupção de autoridades locais e também disputarão o amor de Isabel.  







UMA MENINA ESTÁ PERDIDA NO SEU SÉCULO À PROCURA DO PAI

Um romance arrebatador e instigante sobre a busca empreendida por uma jovem com necessidades especiais nos escombros da Segunda Guerra Mundial. Na fragilizada Europa do pós-guerra, Marius encontra Hanna, adolescente de cabelos castanhos e olhos pretos. A menina fala com dificuldades e entende precariamente o que acontece em seu entorno. Tem síndrome de Down e está a procura de seu pai. Marius tem pressa, mas muda o seu percurso para acompanhá-la em sua jornada. A busca leva-os até Berlim, onde os dois circulam entre as obsessões mais sombrias e os escombros do século XX. Com um texto inventivo e emocionante, Gonçalo M. Tavares consegue algo raro na literatura contemporânea: alia uma história forte e com conteúdo humano a uma intensa — mas sempre acessível — busca por novos caminhos na escrita do romance.







 UMA FUGA PERFEITA É SEM VOLTA

Funcionário da chapelaria de um museu, Klaus mora sozinho em um velho apartamento no bairro turco de Berlim. Depois de anos sem contato com a família no Brasil e após uma noite mal dormida, telefona para a irmã, Agnes, que, em meio a trivialidades, revela que o pai está morto há meses. A partir dessa descoberta, Klaus se entrega à dúvida entre voltar ao lugar em que nasceu e avaliar os motivos pelos quais escolheu a distância ou permanecer e lidar com a condição de estrangeiro, a dificuldade com a língua alemã, a gagueira e a configuração corporal sexualmente confusa que o aflige. Em um contexto de incansável meditação sobre questões éticas e afetivas, Marcia Tiburi desenvolve as questões de um narrador angustiado em constante fuga, mas que encontra, em uma saída surpreendente, um sinal para seguir com a vida.








 A DIFÍCIL DEMOCRACIA: REINVENTAR AS ESQUERDAS

Para onde vai a democracia? Esse é o ponto de partida de "A Difícil democracia – reinventar as esquerdas", livro inédito do cientista social português Boaventura de Sousa Santos, que analisa a urgência de esquerdas reflexivas na atualidade. Neste livro, ele avalia a ascensão dos movimentos Occupy e das revoltas da indignação, os desafios da Venezuela pós-Chaves, as experiências recentes no sul da Europa, a história – bem como o desgaste – das democracias na passagem do século XX para o XXI e o surgimento de um novo jeito de fazer política. A obra aborda temas atuais, que nos últimos seis anos captaram a atenção do autor por serem sintomáticos de desenvolvimentos que poderiam afetar no futuro, positiva ou negativamente, as forças progressistas e o aprofundamento da democracia. Santos também apresenta reflexões políticas sobre a democracia em geral e sobre o populismo, na forma de duas longas entrevistas. Na parte intitulada reinventar as esquerdas o cientista social faz uma interpelação às esquerdas, em treze cartas, e no epílogo ele propõe uma reflexão utópica sobre o desperdício da experiência social e política no nosso tempo, a que as esquerdas não são imunes.




BEIJE-ME ONDE O SOL NÃO ALCANÇA

Um conde russo, a herdeira de um barão do café do Vale do Paraíba e uma ex-escrava. Unindo as pontas do triângulo, paixões, tragédias, a moral hipócrita de uma época, grandes fortunas, falências, derrocadas ... Neste romance que parte de fatos e personagens verídicos, Mary Del Priore cria uma narrativa que prende o leitor desde a primeira página. O olhar da historiadora faz um retrato vivo do tempo e dos acontecimentos que o marcaram, mas é a história de amor de Maurice Haritoff, Nicota Breves e Regina Angelorum (nomes reais que parecem inventados) que nos arrebata. Com descrições de uma riqueza impressionante, Mary Del Priore nos faz mergulhar na narrativa, nos carrega para dentro da história. Sentimos os cheiros, ouvimos os sons, vemos pelas frestas dos casarões um mundo onde convivem dramas, angústias, ambição, sensualidade, opressão feminina e religiosidade. Somos levados, ou nos deixamos levar. Difícil é voltar da viagem quando o livro acaba.  






 HOMENS IMPRUDENTEMENTE POÉTICOS

Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente. A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino. Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres. Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.  










RITA LEE : UMA AUTOBIOGRAFIA

Do primeiro disco voador ao último porre, Rita é consistente. Corajosa. Sem culpa nenhuma. Tanto que, ao ler o livro, várias vezes temos a sensação de estar diante de uma bio não autorizada, tamanha a honestidade nas histórias. A infância e os primeiros passos na vida artística; sua prisão em 1976; o encontro de almas com Roberto de Carvalho; o nascimento dos filhos, das músicas e dos discos clássicos; os tropeços e as glórias. Está tudo lá. E você pode ter certeza- essa é a obra mais pessoal que ela poderia entregar de presente para nós. Rita cuidou de tudo. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas - e até decidiu a ordem das imagens -, fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas... Entregou o livro assim- prontinho. Sua essência está nessas páginas. E é exatamente desse modo que a Globo Livros coloca a autobiografia da nossa estrela maior no mercado. 

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