AINDA ESTOU AQUI
Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens
Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de
cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi
preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à
dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora
dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras. Ao falar de
Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo
Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha
num momento negro da história recente brasileira para contar — e tentar
entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele
janeiro de 1971.
Em seu novo livro, o escritor cubano Leonardo Padura cria uma mistura de
romance histórico e noir, resultado de anos de investigação sobre a
perseguição aos judeus. O ponto de partida é um episódio real: a chegada
ao porto de Havana do navio S.S. Saint Louis, em 1939, onde se
escondiam mais de novecentos refugiados vindos da Alemanha. A embarcação
passou vários dias à espera de uma autorização para o desembarque. No
romance, o garoto Daniel Kaminsky e seu tio aguardavam nas docas,
trazendo um pequeno quadro de Rembrandt que pertencia à família desde o
século XVII e que esperavam utilizar como moeda de troca para garantir o
desembarque da família que estava no navio. No entanto, o plano
fracassa, a autorização não é concedida e o navio retorna à Alemanha,
levando também a esperança do reencontro. Quase setenta anos depois, em
2007, o filho de Daniel, Elías, viaja dos Estados Unidos a Havana para
esclarecer o que aconteceu com o quadro e sua família.
EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO: MÚSICA POPULAR CAFONA E DITADURA MILITAR
Este não é um livro apenas sobre música. Paulo César de Araújo defende uma causa que nunca ninguém defendeu, abordando assuntos perigosos, documentos comprometedores, revelações surpreendentes sobre um importante capítulo da história do Brasil e da música popular brasileira. O autor mostra como os cantores considerados "cafonas" dos anos 70, foram censurados, apanharam da direita, enfrentaram o exílio. Ele escolheu a música popular daquela época para descrever o clima da época, a ditadura militar. No livro aparecem comentários de Waldik Soriano sobre a tortura, Odair José falando sobre maconha, além de contar com relatos de outros artistas da época como Agnaldo Timóteo, Lindomar Castilho, Dom e Ravel.
Obs.: Doação de Silvio Luiz Armborst
"Sol, o poema nascente" reúne 110 haicais e 16 tancas. A
poesia de Legendere, neste luminoso "Sol, o Poema Nascente", demonstra
como é possível conciliar aspectos da tradição com forças renovadoras do
gênero.
Obs.: Doação do autor.
TRABALHO, EDUCAÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL
O livro "Trabalho, Educação e Reprodução social", é um precioso convite à reflexão crítica num cenário de barbárie social e impasses históricos da civilização do capital. É um painel privilegiado de problemáticas do trabalho nos primórdios do século XXI tratadas a partir da particularidade brasileira.
O título "Elegia à lesma" trabalha tematicamente de tal
modo que a lesma, qualificada poeticamente como a natureza que não
vemos, escondida e esquecida no seu hábitat natural, no mundo
contemporâneo, do cimento, da pressa, da superficialidade, dos modismos
de mil modos, está subterraneamente olvidada. Aqui ela ressurge como
metáfora da vida, que é também tantas vezes preterida, esquecida e
sepultada sob os tacões da ganância desmedida.
Obs.: Doação do autor
A AMIGA GENIAL: INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA
A série "Napolitana", formada por quatro romances, conta a
história de duas amigas ao longo de suas vidas. O primeiro, "A Amiga
Genial", é narrado pela personagem Elena Greco e cobre da infância aos
16 anos. As meninas se conhecem em uma vizinhança pobre de Nápoles, na
década de 1950. Elena, a menina mais inteligente da turma, tem sua vida
transformada quando a família do sapateiro Cerullo chega ao bairro e
Raffaella, uma criança magra, mal comportada e selvagem, se torna o
centro das atenções. Essa menina, tão diferente de Elena, exerce uma
atração irresistível sobre ela. As duas se unem, competem, brigam, fazem
planos. Em um bairro marcado pela violência, pelos gritos e agressões
dos adultos e pelo o medo constante, as meninas sonham com um futuro
melhor. Ir embora, conhecer o mundo, escrever livros.
Uma noite de ano novo e rebeldia, regada a cervejas
vedadas aos menores, um amasso nauseante na primeira namorada, um show
fracassado com a banda de punk no shopping center - em "A Morte do pai",
primeiro romance da série autobiográfica "Minha Luta", Karl Ove
Knausgård se concentra em narrar os anos de sua juventude. Ao embarcar
numa investigação proustiana e incansável do próprio passado, o narrador
busca reconstruir, sobretudo, a trajetória do pai, figura distante e
insondável que entra em declínio e leva o núcleo familiar à ruína.
Honesto e sensível, Knausgård investiga também o próprio presente - aos
39 anos, pai de três filhos, ele deve se ajustar à rotina em família,
trocar fraldas e apartar brigas, tudo isso enquanto tenta escrever seu
novo romance, numa luta diária.
UM OUTRO AMOR
Se no primeiro volume da série acompanhamos sua infância e o processo
destrutivo que levou seu pai a beber até a morte, na sequência, "Um
Outro amor", Knausgård se debruça sobre o começo turbulento de seu
segundo casamento e a descoberta da paternidade, conflituosa com suas
ambições literárias. Logo depois de se separar da primeira mulher, Karl
Ove deixa Oslo e se muda para Estocolmo, onde irá começar uma nova vida,
experimentando a perspectiva do estrangeiro. Lá, ele cultiva uma
amizade profunda e muitas vezes competitiva com Geir e persegue Linda,
uma poeta que o conquistara anos antes durante um encontro de
escritores. Uma conversa com amigos durante o jantar pode se estender
por cem páginas; saltos no tempo e flashbacks demonstram o pleno domínio
do autor, capaz de conciliar a narrativa de episódios pontuais com
longas digressões que acompanham o tempo interno das personagens. Na
construção narrativa de Knausgård, a memória se torna ficção e a ficção,
memória. Entre questões existenciais e reflexões acerca do fazer
literário, o que emerge ao fim desse romance honesto e profundo é a
conturbada e bela história de amor de um homem por sua mulher e seus
filhos.
Medo da água, medo da escuridão, medo do pastor-alemão dos vizinhos,
medo do pai - a infância é uma época aterrorizante. Nas fantasias do
menino Karl Ove, os adultos vivem num mundo à parte e têm o poder de
deuses, às vezes benevolentes como sua mãe e às vezes tirânicos como seu
pai. Como reconstruir as lembranças desse tempo, anterior a toda
lembrança? O que há em comum entre o bebê que nossos pais fotografaram e
a pessoa que somos hoje? No terceiro volume da série autobiográfica
"Minha Luta", Knausgård investiga, com o estilo direto e arrebatador que
lhe é característico, a memória, o universo familiar e a construção da
identidade.
CANTO AO MAR DE PIRIÁPOLIS
Um poema de beleza invulgar, da obra de um dos nomes mais importantes da poesia brasileira moderna.
Obs.: Doação do autor.
"A destilada e cristalina poesia de Carlos Saldanha
Legendre se guardou, preservando a vinha, filtrou-se no tempo e saiu
limpa, límpida, rica, inventiva, humana para o coração do leitor".
Obs.: Doação do autor.
FILÉ DE BORBOLETA: O DON JUAN DE BAGÉ
Este livro tem por base engraçadas lembranças
interioranas e colhe e recolhe a tradição oral dos causos e anedotas,
que nada mais são do que pequenos contos populares marcados pelo humor,
pela irreverência e pela surpresa.
Obs.: Doação de Silvio Luiz Armborst.
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