Muito tem se falado ultimamente sobre o conceito de lugar
de fala e muitas polêmicas acerca do tema têm surgido. Fazendo o
questionamento de quem tem direito à voz numa sociedade que tem como
norma a branquitude, masculinidade e heterossexualidade, o conceito se
faz importante para desestabilizar as normas vigentes e trazer a
importância de se pensar no rompimento de uma voz única com o objetivo
de propiciar uma multiplicidade de vozes. Partindo de obras de
feministas negras como Patricia Hill Collins, Grada Kilomba, Lélia
Gonzalez, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, o livro aborda, pela
perspectiva do feminismo negro, a urgência pela quebra dos silêncios
instituídos explicando didaticamente o que é conceito ao mesmo tempo em
que traz ao conhecimento do público produções intelectuais de mulheres
negras ao longo da história. Em Aprendendo com o outsider within: a
significação sociológica do pensamento feminista negro, Patricia Hill
Collins fala da importância das mulheres negras fazerem um uso criativo
do lugar de marginalidade que ocupam na sociedade a fim de desenvolverem
teorias e pensamentos que reflitam diferentes olhares e perspectivas.
Pensar outros lugares de fala passa pela importância de se trazer outras
perspectivas que rompam com a história única.
Como mulheres de periferia do quarto de despejo da cidade, é importante
falar o que entendemos como empoderamento a partir de nossas vivências.
Não encontramos em nenhuma discussão produzida pelo movimento feminista
branco uma possibilidade de construção de nossa identidade. Somos
muitas, somos plurais. Nossa discussão sobre empoderamento é no sentido
da busca que fortalece o grupo na caminhada dentro de uma sociedade
desigual, racista, machista, preconceituosa. Empoderar o coletivo leva a
conscientização, união e a transformação das pessoas e da comunidade.
Especificamente nós, mulheres periféricas, buscamos estratégias sempre
criativas de superar a desigualdade, o machismo, a violência e a maneira
como a sociedade nos vê e reage diante de nossas lutas. Por causa de
nossa história de opressão, silenciamento, marginalização, buscamos
caminhos pra superação, daí o nosso entendimento do que seja
empoderamento. Abrir a discussão sobre esse tema é vital pra nossa
caminhada!
O QUE É RACISMO ESTRUTURAL?
"O Que é racismo estrutural?" traz reflexões inovadoras
acerca da construção das noções de raça e racismo. Depois de fornecer
argumentos e tecnologias para a escravidão e o colonialismo, tais
conceitos desafiam as sociedades contemporâneas como o Brasil, onde
crescem anseios por igualdade racial. A indagação central da obra exige
resposta complexa, englobando aspectos históricos, políticos, sociais,
jurídicos, institucionais. O autor nos convida à sua demonstração,
tecida em análises feitas à luz da filosofia, ciência política, economia
e teoria do direito. Com escrita sedutora e admirável erudição, Silvio
Almeida finca o produtivo conceito de racismo estrutural. Seu livro
constitui-se, desde já, em importante referência para a educação
antirracista, calcada nos valores da igualdade, liberdade e direito à
vida.
"Viagem à semente" é fruto de uma obsessão: o crítico
literário Dasso Saldívar levou vinte anos investigando a vida de Gabriel
García Márquez para descobrir quem verdadeiramente é o "mago" de
Aracataca e conhecer o ponto de partida e os caminhos que o levaram a
escrever "Cem anos de solidão". Para tanto Dasso Saldívar reconstituiu a
vida do escritor principalmente sua infância. Descobriu no passado do
Prêmio Nobel de 1982, uma criança tímida e solitária que nasceu e viveu
até os 10 anos na enorme casa dos avós maternos habitada por tias primas
e pelos fantasmas da família. Durante a pesquisa Saldívar registrou o
despertar das vocações jornalística e literária enquanto o escritor
colombiano crescia em meio às superstições e "crendices de mulher" como
seu avô costumava dizer toda vez que flagrava Gabito assustado demais
com algumas das histórias contadas por uma das mulheres que moravam na
casa.
Esta obra clássica sobre a política econômica predatória dos Estados Unidos traz a história alarmante dos assassinos econômicos (AEs), cujo trabalho é lesar países ao redor do mundo, convencendo-os a se submeter a políticas que tornam os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Agora com 15 novos capítulos, o livro mostra até onde vai a atuação desses profissionais, denunciando novas operações e ferramentas – falsas economias, ameaças, subornos, endividamentos ilícitos de países, golpes e poder militar desenfreado – usadas de forma exponencial e muito mais violenta que anos atrás. Um livro brilhante e corajoso, que esclarece as crises que enfrentamos nos dias de hoje e o que podemos fazer, individual e coletivamente, para detê-las e nos proteger dessa ameaça à nossa liberdade.
Cáustico e crítico, este ensaio debate os atuais modelos
de maternidade e família, mostrando como premissas aparentemente
progressistas acabam pregando o retorno das mulheres ao lar. Agora que
as mulheres lutaram tanto por sua libertação, devem renunciar a tudo
docilmente em nome da maternidade? Este é o cerne do polêmico ensaio de
Lina Meruane. Uma investida – com humor e inteligência afiada – contra o
império dos filhos em nosso tempo.
Nesta comovente saga familiar, Leonardo Brasiliense
retraça as consequências da perda da figura materna, e explora a
brutalidade das relações humanas e sua persistência no tempo. No embate
entre o poder indomável da natureza e a rigidez moral dos costumes, cada
personagem ilustra a seu modo o mesmo conflito. Por meio de uma prosa
cortante, que toma emprestados o vigor e a austeridade do ambiente
doméstico rural do Sul do Brasil, Brasiliense faz da ausência a
matéria-prima para o desenrolar de um drama a um só tempo particular e
universal. Tão importante quanto aquilo que se diz é o que não se chega a
pronunciar, e uma palavra represada na boca do filho temeroso ou do pai
taciturno prenuncia a irrupção de segredos que podem ser guardados, mas
não extintos.
No país com a maior população carcerária do mundo, Angela
Davis — estudiosa, ativista, referência dos movimentos negro e
feminista — examina com seu olhar crítico o conceito de encarceramento
como punição. Desde os anos 1980, a construção de prisões e a taxa de
encarceramento nos Estados Unidos têm crescido exponencialmente,
originando uma grade inquietação do público sobre a proliferação,
privatização e a promessa de grandes lucros a partir do sistema
carcerário. No entanto, essas prisões abrigam quantidades
desproporcionais de minorias étnicas, deixando entrever o racismo
entranhado no sistema. Neste livro, Angela Davis expõe com clareza a
situação e nos pede uma reflexão radical, em busca de alternativas aos
atuais programas de reabilitação. Com esta última grande abolição da
vida norte-americana, pode-se finalmente começar a desmantelar essas
estruturas que condenam tantos a uma vida de miséria e sofrimento.
Esta obra clássica sobre a política econômica predatória dos Estados Unidos traz a história alarmante dos assassinos econômicos (AEs), cujo trabalho é lesar países ao redor do mundo, convencendo-os a se submeter a políticas que tornam os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Agora com 15 novos capítulos, o livro mostra até onde vai a atuação desses profissionais, denunciando novas operações e ferramentas – falsas economias, ameaças, subornos, endividamentos ilícitos de países, golpes e poder militar desenfreado – usadas de forma exponencial e muito mais violenta que anos atrás. Um livro brilhante e corajoso, que esclarece as crises que enfrentamos nos dias de hoje e o que podemos fazer, individual e coletivamente, para detê-las e nos proteger dessa ameaça à nossa liberdade.
O MUNDO PÓS-OCIDENTAL
Neste livro instigante e oportuno, Oliver Stuenkel avalia a
ascensão das potências emergentes e suas consequências nos domínios
econômico, político e militar. Longe de repetir generalizações, Stuenkel
examina quais dinâmicas provavelmente moldarão a arena política mundial
nas próximas décadas, apresentando mais de vinte iniciativas
institucionais – em sua maioria conduzidas pela China – responsáveis por
estabelecer uma ordem paralela: o Banco Asiático de Investimentos em
Infraestrutura, a Área de Livre Comércio Ásia-Pacífico e a Cúpula dos
Líderes dos Brics.
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