CORDAS AO VENTO
Da mesma maneira que a poesia pode estar num gesto, num olhar, na gota
de orvalho, na pétala de flor, ela deve mostrar-se em forma de versos.
Espontânea, com ritmo e mensagem, seja íntima ou universal, mas sempre
em oferenda para o leitor. Neste livro, Karin dedilha as cordas de seu
instrumento musical, semeando ao vento cada palavra, e lembrando
Kandinsky na arte de transformar sons em imagens. (Alcy Cheuiche)
Obs.: Doação da autora.
QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?
Um livro essencial e urgente, pois enquanto mulheres
negras seguirem sendo alvo de constantes ataques, a humanidade toda
corre perigo. "Quem tem medo do feminismo negro?" reúne um longo ensaio
autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila
Ribeiro no blog da revista Carta Capital. No texto de abertura, a
filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e
adolescência para discutir o que chama de "silenciamento", processo de
apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos
resultados perniciosos da discriminação. Muitos textos reagem a
situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de
matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams –
a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento
feminino ou interseccionalidade. Ela também aborda temas como os limites
da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as
origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de
discutir a obra de autoras de referência para o feminismo. A maneira
como trata da noção de lugar de fala, assunto de seu primeiro livro,
evidencia a originalidade de sua abordagem.
OLGA BENARIO PRESTES
Esta breve narrativa biográfica contém não apenas
preciosidades históricas e raridades documentais – que, por si sós, já
valeriam a leitura –, ela oferece a perfeita dimensão da luta diária de
Olga Benario Prestes por seus ideais, mesmo nas condições mais adversas.
A resistência da jovem revolucionária diante da gigantesca e cruel
máquina do Terceiro Reich, que a considerava uma "comunista perigosa",
parece ainda pulsar nestas páginas, como se seu coração, calado há 75
anos, ainda batesse. Um coração destemido, que, encarcerado, soube
conjugar a luta política, o amor pelo grande companheiro e a preocupação
com a educação da filha, de quem fora afastada prematuramente. Após a
abertura dos arquivos da Gestapo, essa filha, a historiadora Anita
Leocadia Prestes, debruçou-se sobre as cerca de 2 mil páginas a respeito
de Olga, recheadas de documentos inéditos, para trazer à tona
informações até então desconhecidas. Em uma narrativa original, Anita
revela a firmeza inabalável da revolucionária nos anos que antecederam
seu assassinato no campo de concentração de Bernburg em abril de 1942.
SUBCIDADANIA BRASILEIRA
Neste livro, o autor propõe uma nova interpretação do
Brasil moderno e desigual. Apoiado em sólida teoria, Jessé Souza critica
o pensamento tradicional que apresenta uma visão negativa do
brasileiro, capaz de enxergar na corrupção, no jeitinho e na herança
portuguesa a origem dos nossos males. Essa visão, uma sociologia do
vira-lata, serve para a legitimação dos interesses econômicos e
políticos das elites e ajuda a perpetuar a desigualdade no Brasil. O
resultado é uma subcidadania permanente e estrutural para grande parte
da população, que cria cidadãos de segunda classe, sem autoestima, sem
autoconfiança e destinados à obediência e ao sentimento de
inferioridade. "Subcidadania brasileira" é um livro para entender uma
modernização que se mostrou incapaz de reduzir a desigualdade e suas
mazelas históricas. E para compreender melhor temas como corrupção,
desigualdades, elites e o jeitinho brasileiro.
PÓS-F: PARA ALÉM DO MASCULINO E DO FEMININO
Em sua primeira obra de não ficção, Fernanda Young se
insere no acalorado debate sobre o que significa ser homem e ser mulher
hoje. Em textos autobiográficos, ela se revela como uma das tantas
personagens femininas às quais deu voz, sempre independentes e a quem a
inadequação é um sentimento intrínseco. E esse constante deslocamento
faz com que Fernanda seja capaz de observar o feminino e o masculino em
todas as suas potencialidades. É daí que surge o Pós-F, pós-feminismo e
pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas calcada
na sobrevivência definitiva do amor, no respeito inquestionável ao
outro e na sustentação do próprio desejo. No livro, que é ilustrado com
desenhos da autora, Fernanda oferece sua visão de mundo na tentativa de
superar polarizações e construir algo maior, em que caibam todos os
gêneros.
100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA
Há exatos 100 anos, em 7 de novembro de 1917 (25 de outubro no antigo
calendário russo) ocorreu a Revolução Russa - sem dúvida o mais
relevante e influente acontecimento do século XX - quando pela primeira
vez na história os explorados e oprimidos de um país derrotaram os seus
senhores e deram início à construção de uma nova sociedade socialista.
As conferências aqui reunidas são um estímulo à reflexão para quem já é
familiarizado como o tema e um ótimo ponto de partida para quem está
disposto a se envolver com a realidade de seu tempo.
ESCOLA ITINRANTE
Este livro é fruto não apenas de um grande trabalho de
pesquisa da autora, mas, sobretudo de sua prática pedagógica junto às
Escolas Itinerantes do MST. Como deve ser a escola que atende aos
interesses e ideais da classe trabalhadora do campo e da cidade? Essa é a
principal questão colocada pela autora, e é a partir dessa preocupação
sobre a atual forma da escola – um produto histórico e que, apesar de
disputada em seus objetivos e conteúdos por nós, atende fundamentalmente
aos interesses das classes dominantes – que ela passa a discutir a
experiência das escolas itinerantes dos acampamentos do MST. A autora
nos mostra como as escolas itinerantes vão reconstruindo a prática
pedagógica escolar através de sua estreita ligação com o meio, com a
realidade atual vivenciada pelos estudantes, palco das contradições de
suas vidas. A auto-organização dos educandos – crianças, jovens e
adultos – é um dos princípais temas trabalhados pela autora, refletido a
partir da experiência acumulada historicamente pela classe
trabalhadora, sobretudo as tentativas de recriação da escola soviética
no desenvolvimento da revolução russa. O presente livro atesta a força, a
seriedade e a criatividade presentes nas escolas itinerantes do MST e
recupera com isso a importância de as classes trabalhadoras avançarem na
construção de suas escolas em busca de uma nova sociedade.
MINHA FACHADA PREDILETA
Esta publicação nos garante um registro histórico de uma época memorável
do Rio Grande do Sul, tal sua abrangência temática. Os 37 textos nos
autorizam que se pense, agradecidos, assim. José Alberto passeia seu
saber literário e humano por quase 100 páginas. Ensina-nos história,
hábitos, costumes e merecido culto a personalidades que marcaram sua
passagem por décadas, iguais a Alcides Gonçalves, Lupicínio Rodrigues,
Glênio Reis, Vergara Marques. Atento ao seu tempo nos oferece testemunho
ocular dos momentos tensos e não menos históricos da Legalidade,
coordenada por Leonel Brizola. E mais, nos conta sobre cidades e seus
momentos de desenvolvimentos, como Porto Alegre, Jaguarão, a menina de
seus olhos.
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